Nestas semanas tenho me ocupado de reflexões sobre a Estratégia, resultado das minhas longas leituras em meus estudos de doutorado, aliadas às boas conversas com amigos e mentorados sobre o tema.
Estratégia, ou “a arte do general”, em sua versão corporativa pode ser entendida como um conjunto de esforços para manter a organização integrada ao ambiente.
Nota-se a importância do meio exterior, rico em estímulos, como elemento constituinte, um ingrediente necessário na definição de diretrizes estratégicas.
Mas, não posso deixar de mencionar aqui a Competitividade, que em minhas formidáveis aulas com o Prof. Oswaldo Luiz Agostinho na Unicamp vislumbrei a luz do entendimento: Competitividade é um processo no qual uma entidade (país ou estado) se empenha a superar outra…
“A Estratégia é função da Competitividade”
Oswaldo Luiz Agostinho
Explico melhor a citação do mestre, se pensarmos como os matemáticos, em uma função matemática elementar como y=f(x) temos em x, variável independente, a Competitividade; já em y, variável dependente, a Estratégia.
Logo, para pensarmos em Planejamento Estratégico temos que pensar primeiro na Competitividade.
E como fazemos isso?
É preciso entender os elementos constituintes da Competitividade, nosso mestre Prof. Agostinho entende a competitividade sob dois pontos de vista: Competitividade Externa e Competitividade Interna…
Como Competitividade Externa tem-se o conjunto de estímulos do meio exterior, oriundos de três grandes fontes: Mercado, Ciência e Tecnologia e Sociedade.
A Competitividade Interna constitui o conjunto de atributos que visam fazer contraposição aos estímulos do meio exterior, são características internas da organização, agrupadas em 3 grandes subconjuntos: Mercadológicos, Organizacionais e de Capital Humano.
Na formulação do Planejamento Estratégico, primeiro faz-se necessário identificar os estímulos do meio exterior mais relevantes (vindos das três fontes) que afetam a organização, mediante um ranking.
Definidos os estímulos, deve-se analisar quais os atributos de competitividade interna (seja mercadológicos, organizacionais ou de capital humano) que tem maior relação com os estímulos priorizados.
Trata-se de uma análise qualitativa, realizada mediante uma metodologia desenvolvida pelo notável professor: a Metodologia de Foco.
A matriz que correlaciona estímulos do meio exterior com atributos de competitividade interna é uma forma para se determinar quais atributos da organização precisam ser suportados no planejamento estratégico.
Alinhados com a Missão e Visão da organização, tais atributos são os pilares organizacionais que viabilizam o enfrentamento dos estímulos externos.
Ou seja, trata-se da essência do Planejamento Estratégico, a definição das diretrizes estratégicas…
Assim, antes de pensar em introduzir metodologias e/ou tecnologias na organização, guiados apenas por intuição, ou por modismo, por que não pensar na Estratégia de forma mais madura, muito além do SWOT?
Referência:
Agostinho, O. L. (1995). Integração Estrutural dos Sistemas de Manufatura como Pré Requisito de Competitividade. Tese de Livre Docência, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.