Após anos em consultoria cada vez mais me convenço que ferramentas e técnicas de
diferentes escolas de gestão podem ser combinadas a fim de maximizar a nossa entrega de valor para os clientes.
Exemplo disto vejo na combinação do Design Thinking (DT) com a Gestão de Projetos (Project Management – PM) para a geração de produtos e/ou serviços inovadores. Neste momento quero lembrar a célebre fase de Tennyson Pinheiro, escritor e CEO da Hivelab.co:
Assim sendo a inovação está diretamente ligada à percepção de valor na solução que apresentamos ao cliente, seja na forma de um serviço, no desenho de um novo produto ou até mesmo na revisão de seu modelo de negócio (neste último o verdadeiro valor se manifesta aos olhos do cliente do nosso cliente).
Tenho feito uso do ciclo do DT como uma ferramenta para refinar a solução, o que chamo de “caminhar da nuvem ao tijolo” no trabalho de consultoria, uma vez que, como já mencionei em artigo anterior, o cliente não tem uma visão clara de seu problema, ele usualmente nos manifesta suas dores, ou seja, desdobramentos do problema original.
Artigo 004/2016 – Design Thinking e Gestão de Projetos podem trabalhar juntos?
As etapas de prototipagem e testes em loop do DT tem me fornecido um importante meio de aceleração do aprendizado com o cliente, entendendo suas dores e sua forma de medir o sucesso da entrega, ajudando em muito na definição do escopo a ser implementado, quer este escopo seja um novo processo, a revisão do portifólio de produtos ou até mesmo uma intervenção mais radical no modelo de negócio.
Mas até que ponto percorremos este loop? Neste momento cabe mencionar o que chamo de “pirâmide” do DT:
Quando me deparo com uma solução que satisfatoriamente preencha estes 3 requisitos (Desejável/Tec.Viável/Fin.Viável) aí sigo para a etapa de implementação, uma vez que já convergi a um “tijolo” razoavelmente viável para materialização.
Neste ponto do trabalho entra em cena a Gestão de Projetos, uma vez que ela fornece uma abordagem robusta para implementação, complementando o DT na materialização da inovação.
A Gestão de Projetos (Project Management – PM) com seu racional estruturado (WBS, deliverables, milestones, cronograma e orçamento) dá objetividade e celeridade à materialização do escopo, escopo este que nesta etapa tem menos chances de alterações significativas (o temido “scope creep”), visto que já foi testado pelo cliente em loops sucessivos no ciclo de DT, até convergir a uma boa solução.
É importante lembrar que Inovação também pode ser entendida como:
Pense nisso…
Grande abraço! Referências:
Brown, T. Design thinking. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Osterwalder, A. et al. Value proposition design. São Paulo: HSM do Brasil, 2014.