O título do artigo na verdade foi colocado como uma provocação para a reflexão sobre estes conceitos (estratégico, tático e operacional), tão usados no linguajar corporativo que às vezes me pego pensando se as pessoas realmente sabem a real extensão de seus significados.
Eu mesmo confesso que nos meus primeiros anos da vida profissional surfava nestes termos com toda a tranquilidade, tais termos combinados ou não assumiam o papel de muletas do “businessês”, uma forma de demonstrar que por trás das minhas palavras havia um racional fidedigno.
Bom, mas foi em uma aula de MBA, que tive a minha epifania (meu momento “eureka” ou “caiu a ficha” – este último faz sentido para os da geração X como eu). A aula era sobre estratégia empresarial com o Prof. Luiz Fernando da Silva Pinto na FGV, o ano era 1997.
Queria compartilhar estes conceitos com vocês, pois para mim assumiram uma importância fundamental na compreensão de meu papel, seja em um primeiro momento como intraempreendedor e depois como empreendedor em mais de 20 anos de consultoria.
Neste esquema temos a metáfora da viagem, na qual um veículo percorre uma estrada entre os pontos inicial e final, para uma organização estes pontos representam o estado atual, caracterizado por um conjunto de indicadores (inclusive podem ser inspirados no BSC) e o estado futuro desejado, em um tempo futuro. Este tempo para organizações pode variar entre 3 e 5 anos, mas sei de empresas que fazem projeções até para 10 anos.
A estrada vem a ser a seleção na estratégia, a rota a seguir, com todas as suas peculiaridades, deriva da análise do modelo de negócio, por exemplo via BMC (Business Model Canvas) e dos estímulos a ele submetidos, provenientes das 3 fontes básicas (mercado, ciência e tecnologia e sociedade), conforme a figura a seguir:
Assim o “GPS” montado no veículo serve como um instrumento de controle estratégico, o que chamamos de guidance, traduzido na governança de projetos e programas, assim como diretrizes operacionais, com a tarefa de servir de referência em todas as decisões a fim de levar a empresa ao estado futuro desejado.
Agora, fica a pergunta, quantas organizações refletem de forma madura sobre sua estratégia e a desdobram em uma governança de iniciativas efetiva? Desde o portifólio, passando pelos projetos e chegando finalmente à operação, com suas rotinas e processos vigentes?