Olá a todos!
Em minhas atividades como consultor em projetos sempre me deparo com uma questão que aflige as equipes…Como definir o objetivo do projeto?
Uma questão simples mas, dadas as implicações, de difícil resposta.
Explico, um objetivo bem escrito deve servir de referência em todas as decisões futuras da equipe quanto ao planejamento e execução, assim como na verificação de, em que grau, o projeto ao seu final foi bem sucedido.
Usualmente, ao pensarmos em como escrever objetivos de forma inteligente, pensamos no conceito SMART, ou seja, um objetivo bem escrito precisa ser Específico (Specific), Mensurável (Measurable), Attainable (Atingível), Relevante (Rellevant) e atrelado ao Tempo (Time Bound).
Mas ainda sinto que falta algo neste conceito…Projetos por natureza respondem às dores da organização, que no final das contas são oriundas de pressões competitivas.
À parte se a organização está agindo de forma reativa ou proativa, projetos são respostas que, através das soluções que almejam implementar, procuram trazer consequências positivas aos sistemas de negócio que se propõem a contribuir.
Aqui está o ponto, o conceito SMART, no contexto do estabelecimento de objetivos para projetos, em minha opinião, não atende completamente à esta necessidade.
O SMART tenta fazer uma ponte entre as demandas estratégicas da organização e a implantação de respostas táticas (projetos) procurando ser um “meio termo”, ou seja, não é totalmente ligado na estratégia e tão pouco traz de forma clara quais os indicadores que deve-se perseguir a fim de comprovar o valor entregue ao negócio.
Um outro ponto a considerar é que, por praxe, recomenda-se que o objetivo SMART tenha, em sua declaração, uma descrição preliminar da abordagem a ser adotada a fim de cumprir o objetivo.
Mas, será esta abordagem está correta? Será que existe uma abordagem correta? (Mito do plano perfeito)
Não seria melhor pensar que o que existe de fato é uma disposição a entregar valor ao negócio, mediante indicadores de sucesso mais claros?
É aí que o conceito de OKR (Objectives and Key Results) entra, uma prática que nasceu na Intel e nos últimos anos adotada em empresas de vanguarda (Google por exemplo), com o OKR se procura explicitar um Objetivo (Objective) inspirador, desafiador em certa medida, fortemente ligado às dores da organização, que por sua vez são derivadas das pressões competitivas.
Os KR´s (Key Results/Resultados-Chave) são métricas (indicadores) que mostrarão qual o grau em que o objetivo está sendo atingido (fullfillment), Objetivos e Resultados-Chave estão arranjados hierarquicamente e ligam-se aos projetos/iniciativas da organização, conforme esquema a seguir.
Assim, em minha opinião os OKR´s, por terem elementos exclusivos às questões estratégicas e táticas, servem como melhor régua para definir a trilha de entrega de valor dos projetos/iniciativas conduzidas em uma organização.
Em um contexto de Agilismo isto fica ainda mais evidente, visto que não temos um escopo definido (o plano perfeito), mas sim hipóteses que são testadas de forma rápída (sprints) e sua eficácia atestada mediante os desdobramentos sobre os KR´s.
Não posso deixar de pensar que isto muito me parece com um um PDCA (Plan/Do/Check/Act) melhorado, com ciclos rápidos (1 a 2 semanas) e feedbacks, os quais correspondem ao passo A (Act) do ciclo de Deming, permitindo que um novo ciclo se inicie, ou um novo sprint.
Se você se interessou pelo tema, visite o link abaixo do site da Endeavour sobre OKR´s:
Até mais!
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